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Vidas que, quer queiramos quer não, fazem parte de nós.
A todos os que têm tido a paciência de vir até aqui, o meu obrigada.
Decidi, dado de momento ter pouca disponibilidade, fazer uma pausa no "Vidas".
Até já!
São 22H30, hora local, quando sobrevoamos Zurique. Como qualquer outra cidade, aos nossos pés – ou por debaixo deles – estende-se um mar de luzes minúsculas, umas mais juntas, outras mais dispersas, de acordo com a dimensão do aglomerado habitacional sobrevoado. O aeroporto está praticamente deserto àquela hora. Meia dúzia de pessoas passam apressadas seguindo, cada uma, o seu caminho.
Saímos.Cá fora, as estradas cruzam-se em todas as direcções. É noite, pouco se vê para além da sinalética do trânsito. Chegamos a casa, vamo-nos deitar com o coração mais cheio. É a ternura, é o calor que advém de estarmos entre amigos, de partilharmos vidas, afectos, alegrias.
Amanhece e a cidade espera-nos. Queremos conhecê-la. Começamos pela rua que auto-denominamos por “rua das joalharias”, ou seja, pela Bahnhofstrasse. É que estas multiplicam-se de forma assombrosa, seguindo se umas às outras, contíguas, quase iguais. O preço de grande parte das peças expostas atinge uma ordem de grandeza que nos faz sorrir. Poderíamos nós – ou a maioria das pessoas com quem nos cruzamos – ter acesso a uma qualquer delas?
Uma multidão de gente anónima cruza-se na correria própria de qualquer cidade. Gente comum, pensamos. Mas, à medida que vamos andando, começamos a aperceber-nos de que isto não é bem verdade. É que há espaços que parecem destinados a uma elite, e só a ela. É o restaurante à porta do qual conversa um grupo de homens (apenas homens) com um ar distinto, com o “toque” que só o dinheiro dá. A alta finança está ali representada: sente-se, quase se toca. Olhamos as pessoas, apenas as pessoas. Não interessa mais nada a não ser "vê-las", senti-las na sua maneira de estar. Esta é a verdadeira forma de conhecer um povo, analisar comportamentos e atitudes. A multiculturalidade impõe-se, sente-se um pouco por todo o lado, os idiomas falados são os mais diversos. De repente paramos, alguém canta. Ouvido à escuta, que as vozes vinham de longe: portugueses, eram compatriotas que trabalhavam numa obra e cantavam bem dispostos, verificamos depois.
Mas, e os suíços? Não, não constituíram uma surpresa! Já sabíamos do seu lado frio, demasiadamente pragmático, demasiadamente "mecanizado". Seriamos capazes de viver, trabalhar, com pessoas tão diferentes no seu modo de ver e estar na vida?
Não, decididamente, não! Abençoados latinos na sua forma calorosa de estar na vida.
Se perdemos o gosto pela visita? Nem pensar! Enquanto paisagem Zurique tem locais fabulosos, lindos, locais onde apetece ficar/estar. Uma experiência a não esquercer, um país a revisitar com mais tempo.
Para todos vós, os que eventualmente passarem por aqui, votos de um Bom Ano, com tudo nas vossas vidas a correr o melhor possível.
A pouca disponibilidade não me tem permitido ser tão assídua a postar como gostaria, mas espero conseguir neste novo ano ultrapassar essa situação.
Não conheçi, aqui, ainda muitos "companheiros" nesta "aventura", mas os poucos que descobri/seleccionei pertencem ao grupo daqueles que constituem uma mais valia para quem os conhece.
Quero agradecer aos poucos que visitam o "Vidas", dizer-vos que a porta está sempre aberta para vos receber.
Em jeito de prendinha deixo-vos na companhia desta belissima voz.
Vale a pena ouvir, acreditem. Estamos, na minha opinião, perante a beleza feita música.
Olá, minha pequenina linda!
Sim, é contigo que estou a falar e não finjas que não ouves, ok?
- Queres saber uma coisa? Passaram há pouco por aqui estes porquinhos, e sabes o que me disseram? Que fazias hoje 7 meses. É verdade? Não te parece que estão enganados?
- ...
- Vamos lá fazer as contas.
- ...
- Estás a ver as tuas mãozinhas?
- Estou, e depois?
- Abre a mão e conta os dedinhos.
- E como é que isso se faz?
- Estás ao colo da mamã?
- Sim!
- Então, pede-lhe que te ensine.
- ...
- Já está?
- Sim.
- Quantos dedinhos é que a mamã disse que tinhas nessa mãozinha?
- Cinco.
- Muito bem. Agora...
- ... agora se não fosses aborrecida é que era bom!
- Calma. Que mau feitio!...
- Vá, diz lá!
- Na outra mão conta só mais dois dedinhos.
- Mau! Há pouco querias que contasse todos, agora só dois?... É que o papá, que também está aqui, diz que nesta mão também tenho cinco.
- Mas isso não me interessa.
- Interessa-me a mim, ora essa!
- Olha que te ponho a chucha e não falas mais.
- Atreve-te, vá atreve-te!
- Não disfarces. Qual é a soma dos cinco dedinhos de uma mãozinha com os dois da outra?
- Olha que és mesmo aborrecida, sabias?!
- Não quero saber de nada disso.
- ...
- Estou à espera.
- São 7, quantos havia de ser?!
- Faz hoje precisamente 7 meses que nasceste, sabias?
- Mas que grande novidade! Claro que sabia! Os meus papás já quase me arrancaram um bocado às bochechas com tantos beijinhos que me têm dado.
- E não estás feliz por isso?
- Estou, mas estaria muito mais se te fosses embora. És muito, mas mesmo muito aborrecida.
- És feia, tu! Venho dar-te os parabéns, toda contente, e é assim que me tratas?
- ...
- Podes dar um abraço de parabéns aos papás?
- Sim! E aos manos?
- A quem?
- Aos meus manos.
- Ah, aos manos! A esses dá um beijinho, mas devagarinho, tem cuidado, está bem?!
- Eu tenho, eu sei que ainda são muito pequeninos.
- Pronto, vai lá mudar a fraldinha. Com esta conversa toda deve estar encharcada.
- És muito...
Sim, já sei!!!
Depois desta "conversa" mais do que improvável, quero dar, a todos vós, os parabéns e desejar as maiores bençãos para a vosso pequenina.
Que Deus a guarde e proteja sempe.
Mas não, não gosto do Natal, porque o Natal é a época em que tudo doi mais.
Natal que, para muitos, é sinónimo de maior sofrimento, porque tudo é sentido de forma mais intensa.
Por tudo isto não gosto do Natal.
Quantos com falta de emprego, de esperança, de pão, de dignidade?
Quantos numa luta por um futuro melhor, para eles e para os filhos?
Quantos a assistirem à derrocada de sonhos e projectos?
Quantos, em final de caminho, velhos numa espera desolada?
Por tudo isto não gosto do Natal, porque no Natal tudo doi mais.
Por uma ou outra razão a vida, por vezes, é madrasta. Há culpas e responsabilidades com rosto e nome, pessoas a quem apetece pedir contas. Mas quem pede?
Depois há os que não têm colo, nem aconchego, nem um braço/abraço. Vidas vazias de afectos, de carinho.
Para todos vós, os que estiverem nesta situação, fica o abraço, a amizade ainda que virtual. Fica, também, o belíssimo video que me foi oferecido por mão muito amiga.
Em jeito de sintese quero que saibam que deste lado há alguém que, ainda que desconhecido, pensa em vós, está convosco, vos abraça com Amizade.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Com Fúria e Raiva
Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras
Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada
De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse
Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas".
Com este belo poema, de Sophia de Mello Breyner, fica o meu voto de um óptimo fim-de-semana para todos.
Deliciem-se!
Gostaram?!
Porque sonhar é preciso, porque ser feliz é indispensável a um bom equilíbrio particularmente no que à criança diz respeito.
Porque é urgente criar/rodear o universo infantil dessa coisa maravilhosa que é o amor. E ensiná-lo, e partilhá-lo, e comungá-lo.
Não sou conselheira literária, longe disso, mas apetece-me convidar todas as mães a ler este belo livro, de José Luís Peixoto, às suas crianças.
Síntese:
"O protagonista do primeiro livro infantil de José Luís Peixoto é filho da chuva. Com uma mãe tão original, tão necessária a todos, tem de aprender a partilhar com o mundo aquilo que lhe é mais importante: o amor materno. Através de uma ternura invulgar, de poesia e de uma simplicidade desarmante, este livro homenageia e exalta uma das forças mais poderosas da natureza: o amor incondicional das mães."
Fonte: http://www.bertrand.pt/ficha/A%20Mãe%20Que%20Chovia?id=12861579
Ontem foi/era o dia do teu aniversário.
Não, como vês não me esqueci!
Que tempo verbal usar, diz-me?
Passado?
Presente?
Diz-me tu, que tempo verbal usar?
Ora ouçam!
Que tal estes minutinhos mágicos!